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domingo, agosto 01, 2004
FOGOS FLORESTAIS - Falta de retardante levanta polémica
O presidente da Federação Distrital de Bombeiros de Coimbra, Jaime Soares, criticou ontem a não utilização de calda retardante no combate aos fogos florestais pelos meios aéreos. Críticas entretanto rejeitadas pelo SNBPC
«A água sem retardante tem uma perda de eficácia de 75%, frisou Jaime Soares, adiantando que este produto, descarregado pelos meios aéreos, é essencial para o combate às chamas e para garantir a segurança dos bombeiros em terra.
O responsável alertou o vice-presidente do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil para a ruptura de ?stocks? deste produto em alguns centros de meios aéreos, mas adiantou que «a receptividade não foi boa».
O secretário de Estado-adjunto do ministro da Administração Interna, Paulo Pereira Coelho, foi também avisado do problema, tendo-se comprometido a verificar a situação de imediato, referiu ainda Jaime Soares, presidente da distrital de Coimbra do PSD.
De acordo com o presidente da Federação de Bombeiros de Coimbra, o retardante cria, ao cair na vegetação uma película e evita que as chamas se propaguem. «A toxicidade [do produto] é uma falsa questão para alijar responsabilidades», disse à Agência Lusa, reportando-se ao argumento invocado pelo SNBPC para cessar o recurso à substância.
«Ando há 30 anos a combater fogos e se fosse tóxico já estava nos "anjinhos"», dizia Jaime Soares, ao afirmar que o retardante continua a ser utilizado em países como Espanha, Itália e EUA, reafirmando que a toxicidade é «desculpa de mau pagador».
Sem as caldas retardantes, frisou Jaime Soares, o trabalho no terreno fica dificuldado.
Sobre a situação na região, mormente na zona de Poiares, recentemente fustigada pela chamas, Jaime Soares adiantou estar tudo calmo, enaltecendo a excelente coordenação existente ao nível distrital de Protecção Civil.
Jaime Soares apelou ainda a um esforço conjunto dos ministros da Defesa e da Administração Interna para o governo português adquirir de 6 a 10 aviões ?Canadair?, fundamentais para o combate aos fogos florestais.
«São muito versáteis, poderiam servir também para vigiar a costa ou serem alugados a outros países», sustentou, defendendo que Portugal deve ter meios aéreos próprios de combate às chamas.
Ao reportar-se ao flagelo dos incêndios, que se está a repetir este ano, Jaime Soares sublinhou que a prevenção e o planeamento da floresta «ainda está por fazer».
Em reacção às declarações de Jaime Soares, o Serviço Nacional de Bombeiros e protecção Civil (SNBPC) emitiu um comunicado onde classifica de «precipitadas e levianas» as críticas à não utilização de calda retardante no combate aos fogos florestais.
O SNBPC esclarece que «as caldas retardantes não são utilizadas nos combates a incêndios florestais em Portugal desde 1998, tendo-se generalizado, em sua substituição, a utilização de substâncias emulsoras biodegradáveis, com a finalidade de dificultar a combustão».
Esta medida, prossegue o SNBPC, cumpre o «normalizado na União Europeia (EN1568)». Os produtos emulsionantes, «além de promoverem melhorias na contenção e extinção do incêndio, não afectam o ambiente».
Comentarios cá do je....
Em que é que ficamos ?
Os ambientalistas ate dizem que as caldas retardantes são um mal menor em relação ao mal que os fogos fazem.
Se houver aviões a tempo e horas e com uma boa vigilância conseguem-se debelar de imediato os fogos.....gastando-se só meia duzia de baldadas.
Não deve ser por aqui que vem o perigo para o ambiente.
Há que ter cuidado sim é com a industria do fogo....que essa é que da muito dinheiro e faz muito mau ambiente aos bolsos dos contribuintes.
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